Sou educadora e escritora

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O FEL DO MUNDO

O FEL DO MUNDO
Elany Morais
 
Quem me perguntou se o fel do mundo eu quis beber? Por que me violentaste meus ouvidos com a voz da ignorância? Aqui, o desamor não tem freio.  A injúria é uma gula insaciável. A mentira é um câncer indomável. A multidão é um véu sangrento. O peito é salão de baile negro. Os olhos são portas duvidosas. A boca é um cofre de maldição. A noite brinda com a morte. As flores festejam do fim do riso. O sono é o prazer indefinido. A razão é loucura dos justos. O coração com função desconhecida. O sangue é vida jogada perdida. O lar é o purgatória. A música  é o transporte da bestialidade. A dor é o pão do dia. A fome é a alegria do dia. O tempo é algoz dos desvairados.  Água é o vinho podre. O sol é fogo dos pobres. A verdade é o juiz dos justos.

Alguém me perguntou se eu queria o vício do mundo? Tatuaram-no me mim.

Caxias -MA, 14 de maio de 2014.

2 comentários:

  1. Boa noite Elany Morais, quando inseridos em meio a podridão, vamos vamos ser infectados pelo mal cheiro, porem o nosso caráter pode ser preservado a depender da nossa formação do sujeito em sua contextualidade, porem será inexoravelmente difícil manter-se pérola, em meio aos porcos, parabéns pelo contundente enredo poético, um forte abraço, MJ.

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  2. Muito bom esse poema...parabéns pela inspiração, continue sempre firme.abraços.

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