Sou educadora e escritora

terça-feira, 13 de maio de 2014

O QUE NÃO DEIXARÁ DE SER

O QUE NÃO DEIXARÁ DE SER
Elany Morais

O dia não era dia. O sol era sangue. A chuva era lágrimas. A voz era de súplica. O desespero abria as asas. O medo se agigantava. O abandono exalava o cheiro do fim. A morte ria. Teria companhia morna.... A vida lutava. A dor afiava suas garras. A vida enfraquecia. O escuro era refúgio. O tempo parou para assistir ao espetáculo da agonia. A agonia roubava espaço. O véu se partia. As mãos foram esquecidas. As pernas displicentemente caiu sobre o solo. Tudo era luto. O coração estreitou-se. O peito ficou tenso. A respiração estava presa. Não havia luz. Tudo mudou de cor. A partida era iminente. O sangue esfriou. O pulso esperou. Empalideceu. O amor não veio. O dia não veio. A cura ficou presa no trânsito. A mente falhou. A raiva se instalou. A morte abriu os braços. Contava vitória. O poço secou. A boca secou. A língua calou. O gemido enfraqueceu. Os olhos recorreram às tintas. O vermelho estava a postos. A fome riu. Ela chegou cantando. O sonho sumiu. A coragem dormiu. A dor dançava no peito. A paz foi pisoteada. A humilhação cresceu. A vingança acordou. A dignidade morreu.

Caxias-MA, 13 de maio de 2014.

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