Sou educadora e escritora

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O SONO DO DIA

O SONO DO DIA
Elany Morais

Que mistérios trazem os olhos do dia?

Como sobreviver a cada passeio pelo escuro? Todas vezes que o dia fecha seus olhos, eu ando por um outro mundo, um mundo sem cores, um mundo sem brilho, um mundo sem luz, um mundo sem paz,  um mundo sem amores. E é sempre , é um sempre sem fim: o dia descansa, e minha pele rompe-se, minhas fibras partem-se, elas partem-se dentro de mim.

É uma desconstrução. O dia dorme, minha alma esvai-se em cinzas. A espreita de nada adianta. Nem um aviso, nem um sino a badalar vêm ao meu encontro para anunciar que o dia estar prestes a acordar.
Não bendigo este sono que me desperta, que me deixa esmaecida, desbotada, sombria, irracional e afogada nas dores que não passam, fazendo-me tanto mal.

Temor. Quando o dia despede-se com seus olhos sobre o piso pisado, lanço-me num destino deserto, sem esperança, sem palmas,sem céu, sem qualquer porta aberta.
 
Socorro!  O engano chega e alcança minha aflição. A razão corre a passos largos, meus olhos dilatam-se, numa  espera aflita, da mão que devaneia na preguiça em socorrer um dilacerado espírito que vive perdido na imensa solidão.

Caxias- MA, 23 de maio de 2014.
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais

Um comentário:

  1. Boa tarde Eminente poetisa Elany Morais, a note traz sua face escura, que nos beneficia para um namoro as escondidas, ou nos apavora pela falta de luz em nossa alma em desalento, porque o escuro tem o poder que quadruplicar os nossos medos e receios, parabéns pelo contagiante enredo poético, um forte abraço, MJ.

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