Sou educadora e escritora

segunda-feira, 19 de maio de 2014

LIBERDADE

LIBERDADE
Elany Morais

Às vezes, sou borboleta sem cor, apenas alada, mas borboleta sou.

Quando quero "vadiar" nada desvia meu curso de sentir, de querer. Minhas necessidades são primeiras. Ouço apenas a mim. Desprendo da vida que não é minha. Distancio dos pensamentos e desejos alheios. Venho só para mim.

Quando quero me entreter, sento-me na soleira da porta, para ver os outros passarem, nas ruelas, nos becos, nas ruas largas, onde todos estão tão distantes de si, e eu apenas junto de mim. Talvez seja essa minha prática favorita. Ela não se extenua.

 O sacudir de uma mão displicente, de forma incoerente com os passos largados, desajustados, bocas que se abrem sem propósito, sem cuidado, pés desnudos, sem firmeza, abandonados... Cabelos livres, presos, descuidados, tristes, vivos, mortos... Vejo, com lentes de aumento, o despropósito de ser. Abro portas para adentrar na vida, mas é apenas pessoas que passam, sem saber que estou a sentar-me para me entreter.

Caxias -MA, 19 de maio de 2014.
 Todos os direitos reservados a Elany Morais

Um comentário:

  1. Bom dia Elany Morais, Jé me vali de todos os meandros possíveis, tentando dar valor a vida humana, mas só encontrei mediocridades, os nativas enganam suas vidas com ritos e pinturas, os animais matam uns aos outro para ter o direito de copular com as fêmeas, e os humanos se matam pelo consumismo, de modos que já me convenci que a minha rasão de ser é banal, mas esta sua analogia do que seja liberdade, é profundamente pertinente, parabéns pelo contundente enredo poético, um forte abraço, MJ.

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