Sou educadora e escritora

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

CRIANÇA

No olhar de uma criança brota a luz que aquebranta  os corações empedernidos. Luz que atenua a insensibilidade do peito de quem muito andou nas estradas pedregosas.
Da face de uma criança jorra pureza, pois no mundo interno dela ainda habita o que aqui  já foi desprezado: a sinceridade, a espontaneidade, a humildade e a felicidade. O mundo pueril é de delícias, pois ainda não se conhece as flechas que machucam nossas almas ao longo da dura jornada: o ódio, a mágoa, o rancor...

Por que não desejar o amor de uma criança? Nos seus olhos há conforto, há amizade sem rodeios, a aproximação é desinteressada. O carinho é festivo, os pensamentos são benignos...

A criança é um eterno símbolo representativo do sentimento que preza pela preservação de nossa existência: o amor. Nos seus passos, vê-se  liberdade, o seu semblante transborda paz de uma alma livre de qualquer amarras. Esse ser  que ainda não beijou fel  que nos amarga é o fruto da inocência cândida. É um ponto brilhante no meio da escuridão que pode nos conduzir para a construção de um mundo pontilhados de luzes de muitas nuances.

A criança somos nós quando ainda éramos águas límpidas que corriam para todas as direções sem se prender ao que nos puxava para atrás. A criança somos nós quando ainda tínhamos a certeza de que podíamos plantar e colher flores plantadas no sertão árido sob o pó da poeira sem promessa à vista de uma gota de água.

Que regatemos a criança que  ainda há em nossos corações para que possamos ignorar os espinhos inerentes às flores, e subtraíamos apenas o aroma doce das rosas. Que sejamos desprovidos de preconceitos para que possamos aceitar essa infantilidade  para que sejamos capazes de descobrir novas belezas que sempre há na nossa magnífica existência.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

Um comentário:

  1. Bom dia Elany, esta sua analogia está perfeita,
    A criança é um celeiro de honestidade, ainda que incapaz de discernir sobre coerência, e incoerência, mas o sentimento que ela expressa é legítimo, parabéns pelo seu eloqüente poema, um grande abraço,MJ.

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