sábado, 16 de novembro de 2013
SOLIDÃO
Na madrugada fria, as paredes vazias a fitava, com um olhar pungente. O mundo parecia propriedade privada somente sua. A revolta dos passos, da vozes se fez sentir no quarto vazio. Tudo sumiu. O silêncio gritava um som lancinante.
Nada respirava, as janelas se fecharam, o sibilar do vento respeitava a solidão indesejada. Olhava as frestas do mundo. O espelho atravessava-se em sua frente, denunciando a passagem do tempo, os fios de cabelos teimosos se exibiam marcando a efemeridade da dor, da alegria, até mesmo da companhia.
As contas do antigo terço já não mais nada dizia, já não mais se ouvia a voz sagrada. O existir era uma pergunta infinita. Nesse momento, o riso não veio e a lágrima se compôs ao sopro da última luz que perdurava na teimosia da morbidez ambiental do espaço que morfava na absurda solidão.
Elany Morais
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