Sou educadora e escritora

domingo, 24 de novembro de 2013

INFÂNCIA PARTE I

Todos os dias, sem horas marcadas, aquele corpo franzino e rosto marcado pelos passos do sofrimento passava naquela ruazinha. A pequena rua se ajustava aqueles pezinhos quase disformes pela ausência de amparo. Olhar aqueles dedos minúsculos, vinha-me o pensamento de que a vida não lhe era solidária.

Germinações de minha alma desconhecia que aquele ser tão frágil, carregava dentro de si uma força descomunal, força capaz de sufocar toda miséria que invadia sua vida.
 
Cada dia era um espetáculo diante de minhas retinas. Espetáculo de angústia e pesar. Eu via os cabelos da pequenina voarem e se confundirem com as nuvens, ambos eram brancos, prenunciando um futuro de Paz espiritual.
 
Jamais eu ousaria dizer que  aquela criança vestida em mente de obrigações de adultos, não alcançaria os bens que poderia desfrutá-los por não entender o que lhe cercava, ela ainda não sabia que o mundo era um forno aberto pronto para tragar os sem-sortes.
 
Suas passagens naquele cenário, me convenciam de que seu único bem era a esperança, esta como erva daninha não morre nos primeiros ataques sofridos.
 
E ela seguia seu caminho esmo, somente em companhia da esperança, montava nela e sumia  a galope, com seus fios brancos a se perder na imensidão do espaço escaldante pela insensibilidade dos raios solares.
 
Elany Morais
 
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