Sou educadora e escritora

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

RECUSA

Eu vivo de recusas. Recuso-me à passividade do vácuo, às dores imune às morfinas, ao beijo permitido, ao silêncio do gozo, ao som do choro, à sutiliza da confissão amorosa, às portas fechadas e à boca calada...

Recuso tudo e mais um pouco, recuso a minha condição terrestre, ao  choro noturno, ao vento que parte, à flor que murcha, o indigesto embuste, ao abandono de mim e ao meu temido fim.

E assim vou recusando o que me desabona, o que me faz padecer e tudo que mina minha vontade de viver.

Se me permite, vou recusar aos risos de conveniências,  ao voo protelado, à  espera insana, à pressa felina, a lentidão preguiçosa, o sussurro maldoso e qualquer ideia imposta.

Elany Morais

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