Parecia um dia qualquer, as nuvens embalavam sol com uma cantiga de ninar. Seus raios preguiçosos não ensaiavam auxílio a mim. Saí como quem colhe vento, em busca de pedaços, pedaços de mim. A cada procura, um devaneio, um suspiro, uma dúvida, uma certeza...
Interrogações eram meu consolo. Buscar onde não deixou? Querer o que não há de ser? Meu desejo era o retorno recomposta. Composta dos pedaços que voaram ao vento, nos espaços e no tempo.
O caminhar era incessante, o procurar era extenuante. Embalo a dor na garganta e sigo caminho a diante. A solidão a todo instante cochicha que tudo é delirante, mas não a escuto porque meu espírito tem destino errante.
O desejo desenfreado de voltar viva, inteira, sem remendos, sem retalhos, faz-me andar com malas vazias para guardar meus pedaços.
Vou driblando muralhas, abrindo portas, fechando fendas, desatando nós para juntar-se a minha parte que me faz sentir maior.
Nessa procura, a felicidade ceia comigo, abandono o sofrimento que se fez de mim inimigo.
Elany Morais
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Boa tarde Elany Morais, dentre as varias frações que compõem o nosso ser, encontraremos ilhas de excelência, em contentamento com o nosso existir, e são estes fragmentos que dão vida a todo o resto desnorteado pelos maus tratos do cotidiano que nos circunda em tempo integral, parabéns pelo seu eloquente poema, um grande abraço deste seu fã de sempre MJ.
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