Sou educadora e escritora

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

PEDAÇOS DE MIM

Parecia um dia qualquer, as nuvens embalavam sol com uma cantiga de ninar. Seus raios preguiçosos não ensaiavam auxílio a mim. Saí como quem colhe vento, em busca de pedaços, pedaços de mim. A cada procura, um devaneio, um suspiro, uma dúvida, uma certeza...

Interrogações eram meu consolo. Buscar onde não deixou? Querer o que não há de ser? Meu desejo era o retorno recomposta. Composta dos pedaços que voaram ao vento, nos espaços e no tempo.

O caminhar era incessante, o procurar era extenuante. Embalo a dor na garganta e sigo caminho a diante. A solidão a todo instante cochicha que tudo é delirante, mas não a escuto porque meu espírito tem destino errante.

O desejo desenfreado de voltar viva, inteira, sem remendos, sem retalhos, faz-me andar com malas vazias para guardar meus pedaços.

Vou driblando muralhas, abrindo portas, fechando fendas, desatando nós para juntar-se a minha parte que me faz sentir maior.

Nessa procura, a felicidade ceia comigo, abandono o sofrimento que  se fez de mim inimigo.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

Um comentário:

  1. Boa tarde Elany Morais, dentre as varias frações que compõem o nosso ser, encontraremos ilhas de excelência, em contentamento com o nosso existir, e são estes fragmentos que dão vida a todo o resto desnorteado pelos maus tratos do cotidiano que nos circunda em tempo integral, parabéns pelo seu eloquente poema, um grande abraço deste seu fã de sempre MJ.

    ResponderExcluir