Eu não estava sozinha, eu tinha a companhia dos meus fantasmas. Eles esperavam comigo. Esperava, de repetente, acordar em um novo lar, em um novo quarto. Um quarto com um cheiro diferente. Minhas vestes não seriam mais as mesmas. Tudo exala o novo.
Nessa espera de fuga, eu poderia até ser feliz. Pois o infinito era minha crença. Cantar, quem sabe? Era uma forma de esperar o tempo marchar. Mas minha boca estava selada. Nenhuma nota conseguia romper o destino bucal.
Recorri meu espírito mirim guerreiro. Saí, como quem cata conchas no mar. Olhava para os seres minúsculos que eu poderia pisotear. Minha visão de águia protegia os indefesos como eu.
Minha mente era limitada. Eu não sabia por que os espinhos atravancavam meu caminho. Contudo, sentia que eles tinham que ser retirados com minhas mãos , pés e sangue. Como vagalume fui iluminando um a um. Minha luz era tímida. Eles subestimaram minha fraca luz, tronaram-se displicentes, por isso, eis-me aqui.
Elany Morais
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