O dia é de maré cheia. As ondas me assaltam com surpresas de traquinagens pueris. Meus olhos saltam de janela a fora, a procura de prazeres sutis.
Num instante, minha visão dilata-se diante de algo que para muitos poderia... ser apenas um grão de areia. Contudo, eu vejo grande. Vejo o trabalho incansável e disciplinado das formigas. Sinto inveja de sua persistência. A minha perseverança não me basta.
Detenho-me perante o bailado da menor folha da árvore. Admiro sua ginga, sua tranquilidade. Meus movimentos não me satisfazem. Minha alma pede calma.
Ouço o grito da criança quase inaudível por muitos, mas penetro-o sem limites, em busca de decifrar os desejos reféns da compreensão de quem anda à beira de perder a humanidade. Meu silêncio quer romper o tambor lacrado.
Elany Morais
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