Sou educadora e escritora

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

VIVER, DÓI

Viver, dói. Queremos demais. Calamos para as coisas importantes. Surpresos ficamos com a ternura e aplaudimos a violência.

Viver é custoso. Nosso coração escurece na estrada do bem  existir.

E o amor? Ah, este torna-nos servos. Entramos num mundo de obediência cega. Perguntas  grandes não são feitas.

Nossa importância só se agiganta no passado. Sãos os outros que manuseiam nossos pensamentos. Ficamos antigos todos os dias com as saudade escuras. Já dizia Guimarães Rosa: " saudade é uma espécie de velhice."

Invertemos  o que poderíamos ser: nossa pele é doce, nosso sangue é amargo. Julgamos saber o que não questionamos. Alicerçamos no imaginário. Ninguém tem mais coragem do que temor. Sentimos apenas o que é nosso. O outro é folha morta. O mar é o sentimento sozinho.

A vida  é do tamanho do nosso mundo. Se não temos força nas nos braços, ela nos tem nas mãos. Sutilmente o viver vai se vestindo de toda sorte de ingratidão.

A alegria, esta até parece flecha, se chega com força, faz líquido brotar de nós. Mudar é caro.

Elany Morais
 
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