Sou educadora e escritora

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

VER O INVISÍVEL

Existem olhares que não se repetem. Penso que meus olhos são pequenos demais, porém sinto que eles  querem abarcar o mundo em fração de segundo.

Meu olhar se alimenta do silêncio. É na quietude do mundo que ele se deleita com a beleza quase imperceptível das coisas.

Quando as horas ainda dormem, ponho meus pés para cumprir seu papel, e meus olhos agradecem. Nesse momento, vejo que a natureza dispõe de um repertório fascinante de coisas sensacionais e belas.
A cada passo, detenho-me a contemplar um pássaro que faz seus movimentos espetaculares no banco da praça. Ouço sua voz, seu cantar, sua festa...Então, ponho-me a pensar que muitos ainda são privados da verdadeira beleza e pureza do mundo.

O espetáculo natural se apresenta aos meus olhos como  a mais completa representação da vida. Por isso, nos meus passeios matinais, minha alma mergulha nos detalhes naturais. Meu ser se rega de cuidados, para não ceifar a vida de quem está em paz: Na pequenez de minhas retinas, vejo ampliada aquele pequeno ser: a formiguinha, que não tem nada de INHA para meu ver e sentir. Ela se agiganta na minha direção, ensinando-me lição de persistência e valorização. Não piso sobre tal existência, visto de paciência na tentativa de atribuir olhos e sensibilidade aos meus impiedosos pés. Piso com cuidado, com delicadeza em respeito àquela que sabe viver.

Constantemente, paro, e o cenário se desenha na minha face. Sinto que aquele palco do mundo é divido somente com as pessoas que conseguem enxergar a verdadeira beleza do mundo.

Elany Morais


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