Sou educadora e escritora

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

HIPOCRISIA

Quase tudo anda mal de se ver. O céu está apagando-se. Não posso regar meu jardim, meu abraço não pode ser apertado, tu não podes chegar junto a mim. Quantos são os caminhos ocos que nos levam para uma alma de monge? Todos os dias a vida nos arremessa para o lamaçal da hipocrisia, é uma caminhada que parece não ter mais fim.

A cada dia, assim como o vento fustiga os galhos dos arvoredos, os falsos valores abalam minha quietude. E uma voz do pensar fingido enegrece meu sentir e meu olhar, assim minha lágrimas, minha revolta e minha dor ficam guardadas por um tempo que meu relógio domínio não tem.

Em vão, tento suavizar meu instinto que a mim foi me dado para enxergar o caos da vida. Haverá o tempo em que as fechadas folhagens não mais me ocultarão nem meu simples perfil será indubitável. Não serei mais amante do silêncio diante daquela mão pálida e gélida que aperta a minha, carregando o gosto de fel nos lábios maldizentes do meu espírito aventureiro, que vaga em busca da justiça, da verdade, do bem comum, da liberdade,  principalmente ,de amar, de ser a si quem realmente se é.
 
Elany Morais
 
Todos os direitos reservados a Elany Morais

Um comentário:

  1. Bom dia Elany,consolidamos o nosso sujeito através de um apanhado de valores da família, somado ao caráter que já nasce conosco, mais os costumes eternizados pela comunidade,porem depois de sermos o que idealizamos para nos inserirmos legalmente nos contornos sociais que nos circundam, estas mesmas regras mutáveis começam nos corroer paulatinamente, e daí a pouco não cabemos mais neste nosso ser, e ai começa o sufoco do nosso existir, parabéns pelo contundente poema, um grande abraço, deste seu fã de sempre, MJ.

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