Sou educadora e escritora

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A PALAVRA



Instrumento de exorcismo. É o candeeiro que ilumina meu leito. No silêncio, reinvento-a, restauro-a. Dou liberdade a ela para que ganhe uma vastidão de sentidos. Atribuo-a uma sonoridade mansa para que traduza meus gemidos. Eu a engulo. Mas ela me rasga. Abre-me, devorando-me sem piedade. Porém, numa displicência qualquer, vomito-a para todas as direções até sofrer as punições.

A palavra é a força que gera minha voz. Voz ecoa no mundo de surdos e mudos. Ela (a palavra) é a seiva que sustenta minha casa invisível e impalpável. Pedra que constrói o edifício de muitas moradas.

Elany Morais
 

Um comentário:

  1. Boa tarde Elany Morais, somos seres decadentes, desprovidos de bom senso, e repleto de egoismo, com esta constituição não podemos esperar nada de bom de um elemento movido pelo prazer, e guiado pelos desejos,as coisas sensatas são pouco prazerosas, e as coisas construtivas são pouco desejadas, logo somos vítimas potenciais das banalidades, pois nelas habitam prazeres e desejos simultaneamente, parabéns pelo seu eloquente poema, um grande abraço, MJ.

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