Sou educadora e escritora

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

DIA D FESTAS



 Não era uma cidadezinha qualquer, era a cidade do poeta dos Tamoios. Era dia de festa: vozes fúteis, olhos frenéticos. Ruídos alucinados e passos alucinantes. A ociosidade era galopante, e eu, distante, imprecisa, indiferente a todas as gentes.
Perdida no espaço, meu querer ia se desfolhando na inutilidade das horas. Eu continuava a ouvir palavras vazias, desprovidas de verdades, de sentimentos, como se fossem um porão de falsidades. Minha alma não estava em festa. Estava a pensar diante dos sorrisos convulsos que desfilavam perante meus olhos. Meu pensamento incomodava-me com perguntas sem respostas. Na minha amarga intranquilidade, dizia a mim mesma que eu não sabia aonde tudo iria parar.

Resignada, nas terras das palmeiras, eu andava a passos lentos. Detive-me na ingenuidade da prostituta que se exibia ao meu lado. Murchei com a horrível negra sorte. Nesse instante, não tive como não lembrar da nossa morte. Com tal cenário, minha ambição primordial era apenas não sentir saudade do que foi a minha terra que não vi nem senti.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Moras

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