Sou educadora e escritora

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

NOITE

A noite chega, com aviso autoritário, irrevogável! Sem delicadeza, instala-se no meu recanto. Tira meu viço, minha coragem, meu brilho, minha alegria. Ela silencia a todos. Pune-me com a indiferença dos que dormem. Priva-me da segurança de que necessito. Meu coração se rebela. Bate em descompasso. Ninguém ouve meu passo. Meu corpo prostra-se em lasso.

Caída eu fico, no leito, imóvel. Chove pensamentos que não têm fim. Chega o temor com toda sua irracionalidade. Medo do que foi e do que ainda poderá ser. O perigo está à espreita. O vale está aberto. Feras rugem com bocas abertas. É o nada ganhando forma. É o silêncio compondo sons. Sãos os olhos na ferocidade de ver. É o vazio devastando sua presa.

Minha alma segreda que a morte já não tarda. Que tudo virará o nada. Quase nada resta. O grito não sai. O sangue não pulsa. A pele serve de porta voz da agonia. Minha boca, agora ,jaz fria!

Elany Morais

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Um comentário:

  1. Boa noite eminente poetisa Elany Morais, quando eu crescer quero fazer poesias assim com esta desenvoltura que tu fazes. seus versos narram uma personagem que ambiciona a liberdade irrestrita, porem os que mais se apresenta diante dela é uma castração velada, que não a proíbe expressamente, mas também não a permite se apossar do seu ser como gostaria, e precisa manipular o seu sujeito diuturnamente, para minimizar o conflito corpo e alma, e para ela a noite é um intervalo praticamente inválido desta sua rotina materializada, parabéns pelo contundente poema, um grande abraço deste seu fã de sempre MJ.

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