Sou educadora e escritora

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

DESVENDA-ME

Adivinhe-me no sol matinal: é nesse momento que meus caos se organiza.

No alto de meus olhos, há uma enorme vastidão. Queria eu voltar a ser o que nunca fui. Desejar o que por mim foi tolamente desconhecido. Eu não queria ser vista por vidente, queria eu somente que os galhos, sem se despir, estendesse seus braços na minha direção. Porém, na escuridão do meu canto, meus olhos nadavam em ondas de solidão.

Hoje, eu canto com palavras menos sutis para que minha voz revele o que não foi visto. Nesse meu mundo cheio de mistério, há que se criar pastas para se organizar o me desorganiza. Filtrar o que nas minhas águas escurece em plena face solar. Ensurdecer o barulho que me violenta, sem respeitar minha singularidade. Remover toda ferrugem que me corrói silenciosamente, nas noites infinitas e agourenta. Juntar minhas partes perdidas na displicência do acaso que não me ampara.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

Nenhum comentário:

Postar um comentário