Sou educadora e escritora

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

SILÊNCIO

Era mais uma noite. Todos se recolheram. Não havia mais trabalho. A casa me esperava, sozinha, vazia e sombria. Nenhuma voz se ouvia. A tv  havia saído de sua árdua rotina. Estava muda, sem brilho, sem cores. Estava de luto pesado. As lâmpadas haviam perdido sua visão. Sentiu-me sozinha no universo. Suspendi um braço para acender a luz, na esperança de que a vida renascesse a minha volta.

Deixei-me prostrar numa poltrona, a pensar que o desejo de companhia cresce na ausência do bem amado. Nesse instante, meu olhar fixou no quadro, que da parede me olhava, como se me dissesse que eu estaria sendo punida por esses laços que a vida nos prepara.
 
Devolvi àquela imagem petrificada um olhar firme e incisivo, a dizer que eu estava bem acompanhada. Pois eu ouvia uma voz pura e verdadeira, eu ouvia a voz do silêncio. Ele me dizia com um ar doce de que eu ele estávamos numa relação do mais perfeito entendimento e verdadeira comunhão. Estávamos experimentando, pela primeira vez, uma fusão terna.

Elany Morais

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