Sou educadora e escritora

sábado, 18 de janeiro de 2014

UM DIA SERÁ O ÚLTIMO



 Minha alma é como um rio estreito, mesmo limitada, mas não se cansa de correr. Às vezes, lenta, cansada, com suas sinuosidades, mas não se perde nos vales dos caminhos desconhecidos. Pisando nos troncos escuros, sem a sapiência dos antigos sábios, marcha, devagar, calculando pequenos espaços, descansando em mitigados abraços, mas segue, como cavaleiro andante nas matas errantes com ainda um pouco de fé.

Porém, meu coração sabe que num dia nublado, sem nuvens passageiras, numa hora traiçoeira, os pés de minha cansada alma serão amarrados, com suas forças desarmadas, sem vestes nem fardas, se abaterão. Assim, não sei o que restará de mim. Quem sabe poderá ser pó, capim ou um anjo querubim?
Nada sei. Talvez, nesse percurso escuro e tortuoso, ainda existam braços solenes, com meu ser, em sua pesada mente que possam me abastecer de mais algum tempo, numa simples moldura de um pobre quadro, sem muitos dizeres e nenhuma verdade.

Elany Morais

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Um comentário:

  1. Boa tarde Elany Morais, todos temos a ânsia de fazer progresso em corpo e alma, mas nem sempre encontramos condições propícias para atingirmos este patamar evolutivo, parabéns pelo seu eloqüente poema um grande abraço deste seu fã de sempre, MJ.

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