Sou educadora e escritora

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

LIBERDADE



 Não venhas com as mesmas palavras, nada em ti me comove. Rio-me de tuas facetas. Tua alma já naufragou em meu mar. Desamarre teu barco, e parte. O céu para nós tornou-se cinzento. Meu coração quer cura. Tua esperança é um morcego.... Não ficarei mais presa em tuas cinzas frias. Fizeste do meu viver funerais sombrios.

Os apelos que me fazes traz-me desconsolação. Verdade não há. Minha alma não quer parar. O sangue que há em ti não circula. Teu amor é amargura. Não renunciarei minhas portas. Tu és algemas para meu espírito errante. Meu querer é inconsequente, mas não sou inviolada demente.

Meus verões não são os mesmos. Tu me trazes monotonia preguiçosa. Angústia teimosa. Livra-me do teu ferrão. Tira-me da escuridão. Vai para o subterrâneo dos fortes. Minha força não é nobre. Em liberdade, ainda poderei viver. Conceda-me essa primazia. Teu fel transbordou. Não costure tua alma em mim. Quero voar. Quero amar. Ainda estou louca e lúcida. Alheia-te de mim. Não mate meu jardim.

Com pele fria, tu abafas meus sonhos. Nossa casa é qual lar de infância perdida. Nenhuma de nós sossega nosso teto. Gestos me ofereces são grotescos. Cuidado!! Meu coração é vidro.

Tua clandestinidade não mais me seduz. Vadiarei em tua ausência. Tens me tornado pássaro na gaiola. Não sou mais eu. O vento tem levado minhas penas uma a uma. Rainha de mim desejo ser. Leva as malas que te pertencem. Teu desejo raia é raio negro. Vontades que são tuas conspiram contra mim. Não há harmonia em nossa arte de viver. Ouvir chuvas ficou no passado. Não serei fantasma de um mundo vivo. Vai, não precisa pedir nada para a porta, ela se fecha, de tão doida está pela liberdade de amar.


Elany Morais
 
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