Sou educadora e escritora

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

INCOERÊNCIA

E ainda me pedem coerência! Reclamam amor e,se este chega, prendem-no como um pássaro na gaiola, emudecem a sua voz, usam todas as armadilhas para mata-lo, enterrá-lo e viverem livre de seu me e fel.
Negociam-se verdades, querem-na, exigem-na, fazem dela um tripé essencial para a felicidade, mas quando esta chega, guerras se armam, amores se desfazem, amizades se desintegram-se. E todos se calam. Não sei nada!

E ainda me pedem coerência! Quando todos cantam: "juntos queremos estar perto de ti." Nossos portões são cerrados, portas casam-se com chaves. Grades se alteiam para me proteger do meu vizinho, preciso de uma máquina compreensiva que jogue minhas palavras para algum interlocutor. Não sei nada. Não compreendo a dinâmica da vida.!

E ainda me pedem coerência! Muitos proclamam um paraíso, onde" emana leite e mel", mas nunca se arrumam as malas para partirem nessa direção e, muitos  quando partem,  partem chorando pela dor de uma terrível punição. Todos vão até as suas últimas forças no caminho do adiamento para o lugar onde não haverá  mais dores nem prantos. Não sei, não sei nada!

Por essas e muitas contradições que nem tentarei dizer como são as coisas da vida e como ela deve ser. Não posso descer de mim e adentrar no mundo do outro para olhar o universo com olhos que não são meus. É melhor calar e escutar aonde as contradições vão chegar. Não sei nada. Não compreendo a rota da vida.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

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