ARROUBOS DA PAIXÃO
(Elany Morais)
A paixão traz agitação e dor! Como vive o coração
de quem sofre os arroubos da paixão?
O espírito age no emaranhado das coisas sentidas.
A quem cabe tão sorte?
Ao pulso que ainda sabe pulsar, a quem não
perdeu o dom divino das lágrimas!
Somente a música alivia as notas descompassadas
desse coração!
Coração que perde a vontade própria, que abandona
o destino quieto.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
sexta-feira, 25 de dezembro de 2015
sábado, 19 de dezembro de 2015
SOMOS GUERREIROS
SOMOS GUERREIROS
(Elany Morais)
Nessa vida não somos guerreiros?
Eis a tua espada aqui, toma!
Quem não vence o medo ou doma
Tornará -se um verme dos carniceiros.
Se vais fugir, não sejas o primeiro,
Lute como um gladiador de Roma,
Pois quando o medo assoma
Tornamo-nos eternos prisioneiros.
Essa vida parece um campo ou arena,
Onde se luta como se doma hiena
Ou vive-se por persistência como atleta,
Muitos querem viver até os cem,
Compreender o mistério da vida, ninguém
Nem o que habita na alma de uma poeta!
Todos os direitos reservados a Elany Morais
(Elany Morais)
Nessa vida não somos guerreiros?
Eis a tua espada aqui, toma!
Quem não vence o medo ou doma
Tornará -se um verme dos carniceiros.
Se vais fugir, não sejas o primeiro,
Lute como um gladiador de Roma,
Pois quando o medo assoma
Tornamo-nos eternos prisioneiros.
Essa vida parece um campo ou arena,
Onde se luta como se doma hiena
Ou vive-se por persistência como atleta,
Muitos querem viver até os cem,
Compreender o mistério da vida, ninguém
Nem o que habita na alma de uma poeta!
Todos os direitos reservados a Elany Morais
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
AMOR DESFEITO
(Elany Morais)
Diz-me se algum dia por ti fui querida,
Se meu sincero amor por ti foi
eleito,
Se para mim já houve lugar em teu peito
Ou se foste apenas uma ilusão nessa vida.
Meu coração já alquebrado dessa lida,
Traz consigo um sonho de amor desfeito,
Não considera mais nenhum preceito
E jamais será uma alma redimida.
Nesse mundo obscuro que me afundo,
Sem teus beijos, teu carinho, tua ternura,
Abato-me como um inseto moribundo,
E teu silêncio com frieza estranha,
Impassível diante de minha cruel loucura
Faz-me alçar voo para o cume da montanha.
Caxias- MA, 16 de dezembro de 2015.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
AMO-TE
AMO-TE
Elany Morais
Amo -te, erga-te e levanta..
Não te desfaça dessa tal verdade,
És minha eterna amiga, minha fiel amante,
Não te esqueça dessa realidade.
No mundo, que me importa o restante?
A tua ausência é a minha saudade,
Sem teu amor o que é a liberdade?
Um minuto sem ti não é um instante.
Só quero isto, simplesmente
Que meu amor por ti seja uma virtude,
Mantendo-se vivo eternamente.
Ah, como imploro tão amiúde
Para ouvir o que o coração sente
E viver hoje o que antes não
pude!
Todos os direitos reservados a Elany Morais
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
DISCURSO DA INTOLERÃNCIA
DISCURSO DA INTOLERÂNCIA
(Elany Morais)
Nos últimos tempos, tenho observado atentamente o discurso de muitas
pessoas sobre a orientação sexual homoafeitva. Com isso, tenho percebido um
fato bastante curioso, nas falas, quando
se referem às relações homossexuais:
uma intolerância disfarçada ou uma tolerância falsificada. Há os dizem
sutilmente: " não faz mal que você seja gay, mas que não seja perto de
mim." Em outras palavras: não importa o que você faça, desde que não vá a público. É possível
constatar que para a maioria das pessoas qualquer posição que não seja oficial
não deve ser compartilhada.
No período em que se discutia se deveria
ou não exibir o beijo gay na novela, em horário nobre, uma pergunta rondava
a minha cabeça: se televisão, que já enfrentou temas tão difíceis, como
adultério, uso de drogas, assassinatos,( até em noite de Natal já foi exibido
cenas de homicídios) esquizofrenia, clonagem, hermafroditismo, racismo e
enfrentou o publico conservador, que também é racista, é contra as droga e é contra a quaisquer
desvio da chamada norma padrão, por que iria deixar de exibir o beijo gay? Na verdade, muitas pessoas não se importam
que haja gays na novela, o que não pode é a expressão dessa orientação sexual,
ou seja, " não importa a sua sexualidade, o que importa é que ela não
apareça. Dessa forma, pergunta-se : o que há de tão difícil na sexualidade que
é mais fácil encarar violências, assassinatos, adultérios e insinuações de
condutas gravíssimas, mas não se tem coragem de presenciar uma demonstração de
amor entre duas pessoas do mesmo sexo?
É fato que a sociedade conservadora normatizou a sexualidade humana. E é
devido a essa normatividade que as pessoas criaram a ideia de normal. Mas há o
que se pensar, quando se diz: " não é normal uma relação amorosa entre
dois homens, pois não gera filhos." Sendo assim, faz-se necessário
dissolver os casais estéreis, porque eles também não procriam. " Não é
normal um casamento que não é abençoado pelas leis de Deus", nesse caso, é
preciso se perguntar qual o Deus? Já que existem culturas, em que Deus apoia a
poligamia e outras, não. Na cultura brasileira, a poligamia, não tem aprovação
divina, mas existem culturas em que essa prática não é abominada por Deus. Será que somente o nosso
Deus é verdadeiro? O das outras culturas
é falso?
domingo, 29 de novembro de 2015
III SEMINÁRIO DE LITERATURA
Elany Morais
O III Seminário de Literatura, com a temática Letramento
Literário, é um evento que se realizou nos dias 27 e 28 de novembro, pelo
alunos do sétimo, oitavo e nono ano, da Escola Neyde Magalhães Araújo - Codó-
MA, sob a orientação da idealizadora do projeto de leitura - Elany Morais.
O objetivo desse Seminário é
despertar o interesse dos educandos pelas leitura e possibilitar a
interação deles com autores e as diferentes manifestações literárias. Além
disso, este ano, o evento trouxe como novidade a apresentação de escritores
modernos (vivos), com o propósito de incentivar a valorização da obra e do
autor ainda em vida.
sábado, 21 de novembro de 2015
ALGOZ DE SI MESMO
Por Elany Morais
É de osso, não é de ferro,
Embora o silêncio oculte o berro!
O que se bebe? É água doce,
Mas o rio não se alarga,
Porque o homem na alma trouxe
A ambição, que é amarga!
Há tantos carnavais!
Poucas roupas nos varais
E em cada peito muitos ais!
Todos os direitos reservados a Elany Morais
domingo, 15 de novembro de 2015
CRISE POLÍTICA BRASILEIRA
CRISE
POLÍTICA BRASILEIRA
Por
Elany Morais
Diante
da situação política que o Brasil vive nesse momento, infelizmente,
manifestações populares não acrescentarão nem excluirão nenhuma cor desse
cenário. O país vive uma crise ética e política - talvez sem precedentes . Se
compararmos a crise política com a econômica ou a internacional, vê-se que a
primeira é mais fácil de se resolver, porém não é o que acontece.
Sabe-se
que no modelo institucional brasileiro, o Poder Executivo só pode fazer o que o
Legislativo determina. Quando não existe acordo em aprovações do que lhes são
de interesse, ou seja, quando esses dois Poderes não conseguem se entender,
certamente configura-se uma crise política e, consequentemente, o Estado perde
a governabilidade.
Esse
é um dos maiores problemas enfrentado pelo governo de Dilma Rousseff e, entre
as opções de solução, considera-se a destituição da presidenta, com formatos e
conteúdos diferentes. No entanto, não cabe nenhuma suposição, mas deve-se
provar que Dilma cometeu crime de responsabilidade durante seu mandato ou um crime
eleitoral.
O
que se espera é que se a presidenta for destituída, deva existir uma corrente
ou força política hegemônica capaz de garantir harmonia para que uma nova
administração governe o Brasil. Mas a pergunta que fica é : existe essa força
política no Brasil?
Não
se pode negar que o mandato da presidenta é tão legítimo quanto ao dos
governadores, deputados... É fato que a campanha foi extremamente mentirosa,
mas não podemos esquecer de que foi e tem sido assim desde que os políticos
desistiram de discutir a visão que têm para o Brasil e escolheram publicitários
para dizer exatamente o que o povo quer escutar segundo o que indicam as
pesquisas. A verdade sempre foi estrangulada, sacrificada pelas campanhas
milionárias, junto ao cofres públicos, de onde saem os recursos para pagá-las.
Posso
estar sendo utópica ao acreditar que essa crise política poderia se resolver
com o fim do impasse do governo com o povo e o congresso Nacional. E digo mais:
sou de acordo que quem elegeu Dilma Rousseff ajude-a governar o país,
principalmente, o próprio PT, partido que tem a maior bancada da Câmara e a
segunda maior do Senado.
Caxias-
MA, 15 de novembro de 2015.
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
É TEMPO DE MUDANÇA
É
TEMPO DE MUDANÇA
Por
Elany Morais
Tudo
que pesa, estou jogando no lixo. Eu não sabia que um dia poderia ser assim.
Nuca substitui os desgostos por goles de bebidas. Mas os carreguei na manga. As
lembranças já me afogaram. As ilusões já foram minhas esperanças. Já fui refinamento da carência. Agora, jamais
terei o que não quero. Sempre fiz parte da maioria silenciosa. Mas chega o
momento de jogar os cacos para o ar. Nem mais um semblante amargo. Há alguma
forma de existência sem máscara? Nada de vexação passada. As sombras serão
desfeitas. O que pesa afunda. Desafogar qualquer aborrecimento é lei máxima.
Minha cabeça não é tribunal. Quem sabe já não foi?
Mudança
é necessário. É preciso abandonar pesos mortos e enxergar novas matizes da
vida. Quem disse que não podemos ser o que gostaríamos que fôssemos? Podemos,
sim, desfazermo-nos de nossas confusões íntimas e nos reorganizarmos
interiormente.
Mutação
é vida, é confrontar-se consigo mesmo e com as aparências do mundo. E como não
dizer que há desavenças nas mudanças? Agora estou como Érico Veríssimo,
construindo moinhos no vento. Minha crença na imutabilidade foi-se. A vontade
de permanência na estaticidade findou-se. Mudar é caro, mas pode ser lucrativo.
Não mais me obrigo a carregar malas desnecessárias. É inadequado viver sob
fardos. E por que não dizer que a inadequação nos impulsiona para mudanças? lugar
para É sábio ceder o novo. A mudança pode restaurar tudo aquilo que o passado
não pode consertar. Por isso, agora me penso mudando.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
JUSTIÇA
JUSTIÇA
Por Elany Morais
Quem
assim me fez
Inadaptável
às normas da vida?
Minha
doença é incurável!
Não
sou príncipe ou princesa de cavalaria,
Mas
a justiça pulsa forte na veia.
Não
tenho ares novelísticos nem
Sou
farta de letras. Mas tudo me importa
Mesmo
que não haja porta!
De
que me serve essa sensação humana?
Caio
com Dostoiewski, mas julgo a
Fome,
sem verso e sem nome,
Uma
cena que não vale a pena
Repetir
nos anais da humanidade!
Todos os direitos reservados a Elany Morais.
sábado, 31 de outubro de 2015
AS CURVAS DELA
AS
CURVAS DELA
Por
Elany Morais
Ela
samba, toda faceira,
Julgando-se
rainha talvez,
Dança
e canta, com a voz cheia
De
alegria por sua esperada viuvez!
Flutua
como o voo da ave,
No
ar claro como a luz lunar,
E
suas curvas num movimento suave
Faz
todo enredo sua vida contar.
Agora,
o que a entristece?
Ela
canta, exalta a lida
E
dança como se não tivesse
Mais
motivos para chorar na vida!
Ah,
quanta emoção!
Não
se sabe o que está pensando,
Apenas
seu corpo vai ondeando!
Caxias-
MA, 31 de outubro de 2015.
Todos os direitos reservados a Elany Morais.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
BEIJO
BEIJO
Por
Elany Morais
Qualquer
beijo,
Por
que não dá?
Se
pedir,
Por
que se desculpar?
Se
não entender,
Assim
mesmo,
Dê!
Em
qualquer beijo,
Por
que há culpa?
O
beija-flor não beija flor?
Sem
beijo não há de ser
Por
isso,
Dê!
Beijo
na praça!
A
vida passa!
Sem
beijo não há graça!
Sem
ele não há de ser,
Vá
lá...
Dê!
Não
foi o beijo que trouxe
O
que na vida há de doce?
Com
o beijo veio
O
frio no seio!
Sem
ele não há de ser,
Vá
lá...
Dê!
Caxias
– MA, 28 de outubro de 2015.
sábado, 24 de outubro de 2015
IMPERFEIÇÃO
IMPERFEIÇÃO
Por
Elany Morais
Eis-me
aqui, despida do parco orgulho,
Em
busca do ombro que me apoia!
Teus
braços são meu porto seguro
E
teu coração traz o bem que me sobra!
Já
não sou mais de toda ausente,
Minhas
memórias descem a escada do tempo,
Sem
tua luz, já não serei tão transparente!
O
entendimento de mim segue um ritmo lento!
Por
que habitar o terror de amar?
A
imperfeição me emburrece!
Ou
grito só ou ou tudo me emudece!
O
que de ti me separa,
No
meu entendimento corre e passa,
Deixando
o meu amor impuro,
A
perder de vista tudo o que poderia ser puro!
Caxias
- MA, 24 de outubro de 2015.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
sábado, 17 de outubro de 2015
QUE CORAÇÃO AINDA SABE AMAR?
QUE
CORAÇÃO AINDA SABE AMAR?
O
que na vida não há de se duvidar?
Foi-se
no vento qualquer comunhão,
Resta
somente a perguntar:
Amar
se cansou nosso coração?
O
amor não mais nos sustém?
Que
segredos a vida tem?
Rezo
contrita, perguntando,
Já
presa pela angústia premente
Que
amarra a garganta e sufoca a mente,
Se
nenhum coração vive mais amando.
Nessa
vida, só há vontade,
A
crise paralisou todo pensar,
Força
ganhou qualquer covarde,
Ninguém
já não sabe mais amar?
Elany
Morais
Caxias
- MA, 17 de outubro de 2015.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
sábado, 10 de outubro de 2015
INDISPOSIÇÃO
INDISPOSIÇÃO
Por
Elany Morais
A
indisposição será talvez
um
cansaço que não se faz passageiro.
Porém,
permaneço a me erguer sobre
nuvens
que se arrastam.
Embora
a indisposição me lace
violentamente,
eu canto e subo
como
a luz do sol, obsessiva em
sua
direção frontal.
Caxias
- MA, 08 de outubro de 2015.
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
QUALQUER DIA SE MORRE
QUALQUER
DIA SE MORRE
Por
Elany Morais
De
qualquer forma se morre!
Se
não se morre hoje de acidente,
Morre-se
amanhã de doença
Ou
com um dos piores males
Do
mundo: que é a indiferença!
De
qualquer forma se morre!
Quem
não morre hoje de indiferença?
Qualquer
coisa que se sinta ou se pensa
Se
for uma verdade secreta
Para
o mundo é uma ofensa!
De
qualquer forma se morre!
Há
quem morra hoje de indiferença,
Mesmo
que as mãos sejam dadas,
Que
os corpos hirtos se enlacem,
Mas
a ausência é imensa!
De
qualquer forma se morre!
Como
haverá recompensa,
Se,
nesse mundo tão vil,
O
amor é uma ofensa?
domingo, 4 de outubro de 2015
FOI-SE A MOCIDADE
FOI-SE
A MOCIDADE
Por
Elany Morais
A
juventude foi-se como um temporal triste,
Levando
as nuances que coloriam os dias.
Agora,
parece-me que nada mais existe,
A
não ser a salvação na fantasia!
E
o que ainda me resta?, Eis-me alquebrantada!
Com
olhares indiferentes, ai de mim!
Sinto-me
agora como pano esfarrapado,
Cheio
de buracos, sem o encanto dos jardins.
Hoje,
o que me sobra não é o que cobiço,
Pois
terreno escuro, indesejado e alagadiço,
Nele,
flor alguma se verá desabrochar.
Mas
o que o tempo fez jamais será desfeito,
Só
me cabe suportar a dor que tem no peito,
E
a certeza de que o fim há de chegar!
Caxias-
MA, 29 de setembro de 2015.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
terça-feira, 29 de setembro de 2015
BELEZA NATURAL
Absorta
ao luar, submersa nos horizontes,
Não
deixava de contemplar
As
folhas dos pinhais, a imponência dos montes
E
as ondas verdes do mar.
Se
disso, indiferentes passamos,
Não
sentiremos a pureza das flores,
A
vida será apenas um caos exteriores
E
jamais seremos o que sonhamos.
Sem
vida interna, jardins não colheremos
Mesmo
que víssemos a aurora nascer.
Solitário
no mundo sempre seremos,
Se
não deixarmos a beleza interna viver.
Elany Morais
Caxias
- MA, 27 de setembro de 2015.
domingo, 27 de setembro de 2015
PEDRA FRIA
PEDRA
FRIA
Elany
Morais
Eu
gosto de sentir na pele
O
fogo que de tua boca vem.
Não
quero ser como pedra,
Incapaz
de amar alguém.
Como
não sentir amor,
Se
tu navegas em minha vida!
Não
quero ser como pedra,
Incapaz
de ser ferida.
Minha
natureza é te amar.
Estás,
em mim, sempre presente.
Não
quero ser como pedra
Que
nada e nunca sente.
Fico
no jogo do amor incerto
Que
não me faz em ti segura.
Não
quero ser como pedra
Sempre
livre da amargura.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
RITUAL DE LIMPEZA
RITUAL DE
LIMPEZA
Elany Morais
Não sou
divertida. Muitas vezes, fecho todos os orifícios para a entrada de corpos
estranhos, em meu mundo, isso para que não estraguem minha festa particular.
Minha companhia é a minha preferida, ou seja, gosto de ficar comigo mesma.
Raras vezes, convido alguém a entrar e cear comigo. O que mais me exaspera é
quando alguém aceita meu chamado e entra sem cuidado, além de fazer folia em
meu coração e sair sem avisar, deixando tudo desarrumado. Isso me faz gastar
tempo, colhendo meus pedaços voados a quilômetros. É sempre um desgaste expulsar
um convidado. Tenho que por o coração na mão, o cérebro no ar e dá um abraço,
congelando lágrimas e, mesmo assim, ainda corro risco de me machucar com as
bolhas cristalizadas.
É sempre o mesmo
ritual: limpar a casa para ficar confortável comigo mesma. Por isso, de agora
em diante, se alguém desejar viajar comigo, será necessário se planejar,
embarcar com cuidado, retirar toda poeira que carrega consigo, para não manchar
minha morada, se fizer isso, faz bem.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
sábado, 19 de setembro de 2015
VIOLÊNCIA NA VILA
VIOLÊNCIA NA VILA
Elany Morais
Havia vidas, na vila,
regadas ao som de violão,
mas houve vozes vorazes
e vida levada por um vilão.
Houve silêncio, na vila,
na falta da vida dela,
chorou convulso o violão,
na vila que era bela.
Houve dúvidas, na vila,
quando só vozes vinham do vento,
o violão não mais valsava
nem chorava o seu lamento.
Caxias- MA, 19 de setembro de 2015.
Elany Morais
Havia vidas, na vila,
regadas ao som de violão,
mas houve vozes vorazes
e vida levada por um vilão.
Houve silêncio, na vila,
na falta da vida dela,
chorou convulso o violão,
na vila que era bela.
Houve dúvidas, na vila,
quando só vozes vinham do vento,
o violão não mais valsava
nem chorava o seu lamento.
Caxias- MA, 19 de setembro de 2015.
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
DESGOSTOS PARA TODOS OS GOSTOS
DESGOSTOS PARA
TODOS OS GOSTOS
Por Eany Morais
Lamentações,
lamentações, um monte de inutilidades. Por que lamentar? O desgosto sempre
virá, calado, taciturno, em seu horror, com vestes sepulcrais. É no silêncio
que ele nasce, arrancando de nós os nossos tristes ais. Será que há como
desvendar a causa desse mal que nos faz tão outros e outras? Quantas vezes já
fui rasgada pelas unhas do desgosto! E quem não se teve sob suas garras
afiadas? Até Ricardo Reis quando disse que não teria mais desgosto foi por puro
desgosto.
Ah! Por que não querer o que se tem e
desejar o que nunca haverá de se ter? Se diferente fosse disso, teríamos
alegrias sem ter desprazer. Até penso que se gostar fosse desgostar,
todos gostariam. Quem sabe não estamos seguindo o conselho de Marce Proust, que
considerava o desgosto condição
primordial para o desenvolvimento das forças do espírito! O fato é que existe
de tudo para todos, como há desgostos para todos os gostos. Bem me lembro
de Doantien Alphonse François que
proclamava que seu maior desgosto era saber da inexistência de Deus, assim,
jamais teria o prazer de insultá-lo, e o desgosto daquele que entrou numa
fábrica para pedir um emprego e de lá saiu empregado? Há também o desgosto
daquele que vive a esperar a extensão da linda da vida, mesmo sabendo que o
imite é o nada. O desgosto de Caio
Fernando Abreu também entra no rol dos inusitados, ao proferir: " E tudo
que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas
depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo (...) que talvez
eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era."
Enfim, cada um
com sua faca afiada submersa em sua alma
Caxias - MA, 16
de setembro, de 2015.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
sábado, 12 de setembro de 2015
CHAGAS ABERTAS
CHAGAS
ABERTAS
Por
Elany Morais
Sobre
estas doloridas, escuras chagas
Que
o tempo impiedoso vem carcomendo
Estão
negras lembranças na alma doendo
Como
dói na pele o fogo da larva.
Razão
lógica, o espírito me indaga
De
meu destino, das dores vencendo
E
mal de mim que estou bebendo
As
profundas mágoas e eternas chagas.
Desperta
para os males, inconformada reclamo,
Não
sei se morro ou de dor eu corro,
Mas
solto gemidos e lágrimas derramo.
Por
que não vem do céu o meu socorro?
Se
eu não amasse, mas eu ardo e amo,
Por
que não há nada que me sossegue?
Agora
não sei se vivo, ou se eu morro.
Caxias
- MA, 12 de setembro de 2015.
Todos os direitos reservados a Elany Morais
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
SOMOS ALGARISMOS?
SOMOS ALGARISMOS!
Por Elany Morais
Em nós, o que
sobra além de números? Até o si de cada um tornou-se um número perdido na
imensidão espacial. Se fôssemos gente certamente não seríamos números. Pelo
visto, reduzimo-nos a folhas secas em agosto nordestino.
Quando se nasce,
vem-se primeiro o número, depois o nome. Em casa, é-se o primeiro ou é o
último. Na escola, o número se sobrepõe o nome. Adeus, João, agora tu és o 1. É
necessidade ou vício de enumerar? Eu algarismo, tu algarismas, todos
algarismamos e, assim vamos nos tornando cifras. Penso que jamais sairemos do
universo da contabilidade. Ah, agora mesmo preciso contabilizar o tempo que
gasto divagando no que poderia ser, mas não é e nunca será.
Atentamos para
isto: até a qualidade de vida, que não há, é representada por números. O que
poderia ser viver bem é apenas algarismo. E se é para contabilizar, certamente,
a qualidade de vida de muitos é zero. Sou lenta mesmo, ainda não consegui
entender como se conta o que não se vê. Conhecimento é calculado, somado,
computado... Aprende-se e não se aprende de todo tanto. É zero para quem não
repete o que digo e dez para papagaio imitador. Não sei se tem número para dor.
Mas tem nível. Se tiver número para dor, que meu doer seja zero! Na verdade,
quero ser tudo, menos um número. Na minha identidade, na minha carta de
motorista, no meu título, no meu registro de nascimento sou número. Em qualquer
lugar que chego, sou reconhecida apenas por algarismos. Na escola, passei anos
com identificação 9 ou 5. Vez por outra,
eu até esquecia que eu tinha um nome, cheguei a pensar que eu não era nominável
ou que meu nome não fosse palatável. E como sempre, meu pensamento era apenas
pensamento, a realidade estava longe do meu entender.
Às vezes, sou
traída ou vencida pelo o que não me apetece, pois muitas vezes, pego-me a
tentar medir sentimentos que há em mim, como o amor. Então lembro-me da célebre
frase, da eminente escritora brasileira - Clarice Lispector: "não existe
número para o amor" Isso me consola e me conforta. Mas de repente sou
assaltada pelo pensamento de que estamos
chegando ao amor zero. Mas meu imenso desejo é - Já que há número para quase
tudo ou tudo - que o número do amor seja dez, pois já basta o zero da nossa posteridade.
Caxias - MA, 09
de setembro de 2015.
sábado, 5 de setembro de 2015
HOMENAGEM AOS POETAS CAXIENSES
HOMENAGEM
AOS POETAS CAXIENSES
Por
Elany Morais
Recitar
poetas vivos é dá mais um sopro de vida ao poeta. Ontem eu fui agraciada com
mais um sopro de vida. Pois fui uma das homenageadas pelo projeto teatral, da
Universidade Estadual do Maranhão, coordenado pelo professor Elizeu Arruda,
grande incentivador da leitura e da arte, junto com os alunos do CESC-UEMA. O
auditório do Centro de Estudos Superiores, de Caxias, estava completamente
lotado de universitários e convidados. Todos pareciam se comprazer em prestigiar
o brilhante evento. Como não se sentir honrada e gratificada com um
acontecimento desse?
A
I Mostra TEALE E VIVART encerra hoje (05-09- 2015). É um evento que consiste na
encenação de peças teatrais produzidas por grupos de teatro coordenados pelo
escritor, teatrólogo e professor, da Universidade Estadual do Maranhão - Elizeu
Arruda. Ontem, 04-09-2015, foi apresentada a peça intitulada Três poetas e uma
competição, tinha como objetivo homenagear os três poetas caxienses: Nereu
Bittencourt, Jorge Bastiani e eu - Elany Morais. Fiquei imensamente encantada
com a apresentação dos trabalhos artísticos. Dessa forma, só tenho a gradecer
aos artistas, que tão bem representaram minhas obras e, principalmente, ao
brilhante professor Elizeu Arruda, que é um amante do conhecimento, da arte...
Obrigada!!!!
Caxias-
MA, 05 de setembro de 2015.orais
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Por Elany Morais
Essa de se
agarrar no existir faz o egoísmo ganhar formas desproporcionais, tornando-o
ilimitado. O temor do abandono pela existência é a raiz de uma luta incessante,
em que tudo vale para não deixar de ser seja lá o que for. Mas não basta apenas
existir, há em nós, o desejo ambicioso e astronômico de viver com mares, sem
dores. Queremos muito, queremos tudo sem perder nada. As privações são nossas
ameaças mais potentes, são nossos eternos fantasmas, “nada pouco camarada”.
O bem estar no
existir é nosso ouro mais almejado. Por isso nos valemos de qualquer ação, na
tentativa de usufruir uma existência repleta de alegrias e prazeres. Mas apesar
de tantos esforços egoístas, a ingratidão da vida nos atinge, empurrando-nos
para o inevitável. É disso que provém nosso egoísmo doentio de querer ser,
estar, viver com prazer, independente de
cabeças pendidas, de sangue vertendo das veias alheias, de olhos aflitos, de
bocas convulsas...
É o egoísmo que
exalta, alimenta e fortifica nossa vaidade. Esta, na certeza da fonte
insecável, adquire o poder de existir nas mais diferentes formas, seja
disfarçada de boa moça, ou oculta -sempre num invólucro de humildade.
Inútil. Tudo é
inútil. Ninguém escapa da inexistência ou de um existir com dores, ilusões ou
desilusões .Tudo é apenas presunção que veio na embalagem humana.
Caxias- MA, 02
de setembro de 2015.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
DESFAÇO
DESFAÇO
Por
Elany Morais
O
que fizeste, posso desfazer
E
se desfaço, como podes
refazer
o que nunca deveria
se
fazer?
E
se nesse rema-rema, tu te cansares,
Teço
infinitas linhas porque
Meus
pés nunca descansam.
Se
acreditas que nessa trilha te envolvo,
Engana-te,
só te devolvo
Aquilo
que em mim não desenvolvo.
educadoraelanymorais.blogspot.com
www.facebook.com/palavraria.escrita
Assinar:
Postagens (Atom)