Na minha aventura dolorosa,eu me organizo.Minha alma vibra com meu achado de mim mesma.Eu estava num tripé que voava sem a direção do meu coração.Agora,ele pousa fundo,nas profundezas de minha alma solitária, a fazer de minha vida uma peça recriada.Assim,a velha vida arranjada é totalmente abandonada.
Atravessei a divagação,ela chega em forma de alicerce e me dá a mão.Sozinha já mais não sou,ela chegou,bateu à porta e entrou.Entrou no meu eu,fazendo folia,nossos eus se fundiram em plena euforia.Fusão perfeita sem explicação,invadiu-me a fazer morada em meu coração.A imagem dela entrou em mim como a tela de Monet,por isso vejo que não estou com a mente sã,mas sinto que nossos corpos são feitos da mesma lã.
Meu tripé me alcançou,contou-me seus desejos,fez-me juras de amor,sentiu minha ternura,embebeu-se em minha meiguice,brincamos no imaginários e nos privamos de carolice.
Nossos corações não mais despedaçados,sentaram -se um ao lado do outro,cochichando alegrias,sem fazer muito rumor,deileitando-se no milagre da cura por amor.Céu,delícias,afagos,carinhos não mais eu dozo,pois nossas vidas seguem felizes à base do gozo.
ue me era essencial.Nessa busca desesperada,eu quebrava todas as regras e negativas que habitavam meu ser errante.Tudo submergia nas minhas águas,mas eu emergia poderosamente com formas aladas.
Elany Moraishttp://educadoraelanymorais.blogspot.com
ANÁLISE LITERÁRIA POR NÉA TAUIL SOB UMA PERSPECTIVA PSICOLÓGICA
"NOSSAS VIDAS" é uma obra que demonstra o poder de cura do amor, da intimidade e possibilita ao leitor acompanhar o processo de mudança dos padrões individuais de funcionamento com a chegada e vivência do amor. Sim, as dores e dificuldades individuais que vivemos na infância registram, em cada um de nós, um padrão de funcionamento, que é responsável por nossa maneira de atuar e nos defendermos nos momentos de sofrimento, por isso que " na minha aventura dolorosa eu me organizo". Mas o encontro amoroso que faz "nossos eus se fundiram em plena euforia" não acontece por acaso, pois quando duas pessoas se juntam é porque suas dificuldades são semelhantes, mesmo com histórias diferentes, "sinto que nossos corpos são feitos da mesma lã". Assim, a medida em que a intimidade aumenta, passamos a confiar e a entregar um ao outro, mesmo correndo o risco de nos machucarmos e sermos rejeitados. Mas, é o amor que nos leva para a compaixão. Ter compaixão pela dor e pelas dificuldades do outro enriquece a relação e é dessa troca amorosa que brota a possibilidade de curar-se e curar o outro, pois são nos momentos difíceis de crise que a raiva e a mágoa tomam lugar tornando necessário a compreensão e ajuda, pois o amor que promove a cura é um processo de aprendizagem e crescimento capaz de deixar "nossos corações não mais despedaçados..." "deleitando-se no milagre da cura pelo amor"
Néa Tauil
Néa Tauil
NÉA TAUIL é Especialista em Psicoterapias Dinâmicas pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Especialista em Psicoterapia de Técnicas Integradas (Psicodinâmica, Cognitivo Comportamental e Familiar) pelo Instituto Fernando Pessoa de Porto Alegre e recebeu o Título de Especialista em Psicologia Clínica pelo Conselho Federal de Psicologia.
É autora do livro de Poesia Pérola Viva e coordenadora das Antologias Poética: Poetismo Brasileiro, Ecologia Brasileira e do Guia dos Escritores Brasileiros, publicados pela ABNL Editora, SP. Escreveu o prefácio do livro Pedaços de Mim da autora Lidioneti Milani - ABNL Editora, SP e do livro Homem e Mulher Num Encontro Especial da autora Leonice Pesci Vidotto - ABNL Editora, SP.http://psicologaneatauil.blogspot.com/ .
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NOSSAS VIDAS.
ResponderExcluirTe forjaram com preceitos conceituais,
Alicerçados em bases que não dão liga,
Pois tais idéias foram criadas alheatórias,
E nem de longe tem nada a ver com tua vida,
A cada dia te sentias injuriada,
Acorrentada por paradigmas não inerentes,
Então surgiu dentro de ti uma dissidente,
Que identificou-se com o meu ser mas abrangente,
Desmantelastes dos mandatos sociais,
Destes um fora a um comportamento hostis,
Hoje sem regras, és de ti mesmo senhora,
Quando me encontras tem de mim carícias mil,
Já somos unos naquilo que ao mundo deplora,
Porem pra gente é confortante e viril,
Foi minha sorte encontrar-te em desespero,
Associados fomos trazidos de volta vida,
Desvinculadas das cancerosas feridas,
Temos o aporte das nossas formas atrevidas,
E está contigo é renascer pra nova vida,
Fruto dum acaso que atormentavam as nossas almas, cambaleantes nos reerguemos destemidos,
Hoje pairamos num universo confortante.
Bom dia Elane Morais/Néa Tauíl, vocês foram viscerais na consolidação de uma análise profunda de duas vidas em decomposição que se unem para encontrarem um novo formato de subsistência em meio a uma sociedade repressiva, e decadente, que sufoca mas do que oxigena a vida dos seus membros corporativos, parabéns para ambas pelos contundentes textos, um grande abraço a vocês, MJ.
Amigo, vejo que és um homem muitíssimo culto!! Belíssima análise!! Parabéns!!
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