Aconchego-me no silêncio como criança no útero materno. O alvo da minha paz é a solidão. Não estou ausente, apenas ficar sozinha me é indispensável. Está comigo resolve todos os meus assombros.
Escorrem dos meus olhos imensos desejos de mim. Horas a fio cresce,em meu ser, a necessidade de demorar-me comigo. É-me essencial ouvir grito que vem de dentro. O impalpável me interessa. Sair de mim não tenho pressa.
Não quero sentir o turbilhão que vem de fora. Ele me tolhe os mais profundos pensamentos. Meus braços estão fechados para o que não me abraça. Meu corpo descansa do silêncio que não é meu. Vozes aleatórias não me seduzem. O mundo se é quieto, é meu.
Se a curiosidade assolar quem quer entender por que eu sou minha, a mais perfeita justificativa: o silêncio é dos amantes.
O barulho petrifica-me, amo ouvir baixinho, fascina-me amar quieto, sem alarde, sem bandeira, sem festejo. Cativa-me o querer sutil, sem clamores, sem súplicas, sem lamentações...
O mundo externo não ampara minha solidão, não me dá asas, poda-me. Meu sentir é de dentro para o alto. A mão da paciência, precisa me segurar para eu não cair no fervilhar de palavras vazias que tiram minha delicada alegria.
Elany Morais
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