Sou educadora e escritora

sábado, 12 de outubro de 2013

SILÊNCIO

O que mais há dentro de mim que não seja silêncio? Sim, há um silêncio vivo, insone, que não se desliga do mundo interno do meu pequeno ser. Ele se configura em vácuo, sem promessa de um som ao longe. Quem pode tocar em meu silêncio? Impossível, ele é uma linha tênue que inunda a paisagem da minha alma. Por vezes, eu mesma posso pegá-lo com minhas mãos e fechá-lo sobre mim.

Há quem não me sinta, mas embalo meu silêncio como se conserva um sonho de ouro. Eu preciso exageradamente dele. Faz-me essencial como meus dois olhos. Com ele em meu amparo, aproximo-me do estado que eu poderia reconhecer como uma estado de leveza, de paz...

Nas minhas andanças pelo meu insondável ser, é isso que busco incessantemente, o meu silêncio. É ele que habita em mim. Faz minha memória alçar, nas alturas, os mais altos voos, resgata minha doçura oculta, promove minha calma arredia, esquiva e insocial... Ensina -me a falar com Deus, faz-me penetrar nas águas salgadas e geladas da maré violenta. Faz-me enxergar as mais variadas realidades desconhecidas pelos meus débeis olhos. Permite-me sentir a minha existência. Desperta-me as mais curiosidades pueris, abre meus sentidos para a beleza e pureza das flores, para a essência do barro, a vivacidade da areia e a felicidade das cores.

Elany Morais

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