Sou educadora e escritora

domingo, 20 de outubro de 2013

FUTURO DUVIDOSO


A escassez do meu futuro vai se desenhando na areia movediça. Minha futura morada vai se desfazendo no ar. Minha existêcia pós é esquiva. Meu aqui agora está aos solavancos. Nunca é o momento do meu futuro.
Vou me desfazendo em pedaços, ficando em galhos do tempo, sem ousar interromper o impossível. Tudo escorre por entre meus dedos como óleo. Chegará o momento em que me recolherei como poente no morrer das horas. E só restará o luto nas mãos despertas.
Nesse terrível destino, meus sonhos serão desarrumados, ficarão inertes na infinita inexistência. Sobrarão apenas os reflexos impregnados no espelho da memória da vida em curso.
Mas meu existir não se resigna no hoje. O tempo se encarrega de lançá-lo na poeira do vento,porém vou teimosamente solidificando-o nas rochas presentes.
Meu por vir não será rascunho, nem me ensinará a morrer. Insisto ainda em calçar os pés em terra, trilhar o último caminho que não terá ninho para meu ser fragilizado e marginalido.
Nada posso fazer para permanecer no dia eterno, para a noite não há remédio. A transparência do que poderá ser, não me obriga a aceitar, mas não me faz padecer.
Elany Morais
Todos os direitos reservados a Elany Morais

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