Os pontos fixos de minha memórias se rebelam, mas eles são invioláveis, pelo menos devem ser invioláveis. Carrego-os em caixas fechadas, com lacres indivisíveis. Aqui me tenho com eles, estática, perdida, sem saber o que fazer com aquilo que não posso recusar.
Como me desfazer de memórias febris, completas de resquícios tradicionais? Elas me submetem a um estado de opressão mental, hostilizam-me , transbordam em mim...Sinto que são meras futilidades, mas estão ali, fixas, intocáveis, irremovíveis...
É um fardo pescar um meio de condução para o vazio de tais memórias impiedosas, cortantes, dilacerantes...É em seu poder destruidor que pousam a sua intocabilidade, a sua permanência , a sua não remoção ou extinção...
Essas tiranas recordações fecham os portões para que a vida me apare, me abrace, me aconchegue em seu longos braços. Sua impassividade me paralisa, mortifica-me...
Mas minha força é ousada, percorrerei caminhos em busca de removedor daquilo que parece inabalável...A direção aponta para um desfecho onde não mais sobrará nenhuma sombra de memórias fixas.
Elany Morais
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