Sou educadora e escritora

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

DOR PERMANENTE


Não tem jeito, é feito dos efeitos mais grosseiros uma dor presente no peito. Há como desprender-se de si próprio no ínfimo leito? Mesmo que mergulhe no fogo, que voe na nuvens, que permaneça num aposento solitário, os sofrimentos serão sempre vários.

Nunca é sonhada a inutilidade de uma caminhada. Seja lá como for, a alma luta freneticamente para se soltar dos grilhões da dor. Essa indesejada das gentes fixa-se no ser como um pedregulhos nos pés. Mutila como uma fenda que corta caminhos.

Aquela que fere olha apenas de soslaio, sempre ousa movimentos estranhos, e chaga num despertar como um raio. Lança no corpo um tremor fremente que desconsola, desanima a alma da gente.

E pouco a pouco sua forma enlouquece, transformando lágrimas em gelo de tanto que se padece. E não é de muita graça dizer que a dor é o ministro de toda desgraça. Ela,como uma lâmina,protagoniza o  fim de toda a existência de completa demência.

Elany Morais

Todos os direitos reservados a Elany Morais

Um comentário:

  1. Bom dia Elany, nesta dualidade materialista, a dor também tem duas faces, ela a princípio nos dilacera quando ainda estamos no viço do existir, porem mas adiante ela vem para nos tirar do carcere do calvário massacrante para o qual as nossas debilitações físicas, e por vezes mentais nos carregam. parabéns pelo seu eloquente poema, um grande abraço deste seu fã de Taubaté, MJ.

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