A insegurança que o mundo me impinge faz-me repudiar a casa das incertezas. Tento inutilmente abrir a porta do vazio para que as dúvidas, as incertezas ganhem asas, só assim, poderia eu deixar a condição de inquilina do vácuo e tomar posse da tão necessária segurança.
Como tal segurança não pousa no meu telhado, gosto meu tempo vendo a impaciência do verde a esperar o cumprimento da promessa de chuva. Meu fitar parece tombar todas as ilusões de felicidade e existência eterna.
É numa ilusão de ótica que vejo árvores se envergarem na admissão de que tudo é efêmero. Essa é a única certeza, ou seja, "o único pássaro que fugiu da gaiola".
Elany Morais
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